O fim da malandragem

 

Ontem eu fiz uma coisa que me deixou com a pulga atras da orelha – boa expressao hein, vô – e me fez pensar mais sobre as diferencas entre brasileiros e ingleses. Apos jantarmos, fomos ao cinema com alguns amigos para assistir Alice no Pais das Maravilhas – tenho a leve impressao de que isso vai ser motivo de zoacao mais tarde, mas beleza.

Era quarta-feira e, alem de ser o dia mais barato da semana, muita gente aproveita uma promocao de uma operadora de celular daqui que vende dois ingressos pelo preco de um. Em outras palavras, o cinema estava lotado. Por sinal, aqui ainda existem cinemas naquele antigo formato que a gente assiste em filme americano – cinema mesmo, nao redes milionarias como a Cinemark que soh funcionam dentro dos shoppings.

Nao sei se o longa ja estreou no Brasil, mas, para quem nao sabe, ele eh em 3D, e a gente tem que usar aqueles oculos, no mesmo esquema de Avatar. O que me motivou a escrever esse post foram os tais dos oculos. Apos o final do filme, a gente supostamente tinha que devolver os oculos em uma caixa na saida da sala. Nao tenho certeza se era obrigatorio ou opcional botar os oculos la. Sei que nao o fiz. Lembro de que quando assisti Avatar em Sao Paulo achei esses oculos tao legais que queria levar comigo, mas nao consegui porque tinha um funcionario recolhendo no fim da sessao. Ontem, sem essa pessoa la, nao resisti e mantive os oculos no meu bolso. Quando, me achando o malandrao, mostrei os oculos pras pessoas que estavam comigo, todo mundo fez uma cara de tipo ‘Why?’. Mas, de qualquer forma, vim pra casa satisfeito com minha mais nova aquisicao.

A vítima

Hoje, parei pra pensar um pouco nisso. Acho que quando assisti Avatar, o carinha tava la na porta da sessao justamente para evitar que todo mundo levasse os oculos pra casa. Se tivesse no cinema de Sao Paulo apenas uma caixa dizendo ‘Deposite aqui seu oculos para reciclagem. Obrigado’, o restinho de malandragem que todo brasileiro carrega no sangue iria falar alto e, claro, todo mundo iria querer seu proprio exemplar de oculos 3D. Mas aqui e diferente. As pessoas nao precisam ser vigiadas para nao exercerem a malandragem – eles fazem tudo certinho. Acontece que aqui o nosso jeitinho brasileiro nao e apreciado nem um pouco. 

Quer resolver as coisas por aqui? Arrume outro jeito

Achei essa diferenca ainda mais gritante depois que, brincando, disse que iria usar os oculos para pedalar na orla e tive um ‘Ah, e todo mundo vai saber que vc eh o cara que ficou com os oculos do cinema’ como resposta.  Pra mim, pouco importa o que acharam. No fim das contas, quem tem um oculos que me deixam com a cara do Elvis Costello sou eu.

7 Respostas para “O fim da malandragem

  1. Porra velho, nao queima nossa imagem aih fora nao po

  2. Andrea Barros

    kivichoo que saudade, amei seu blog. toma cuidado pra num ser preso eihmmmm… se cuida lindo

  3. thi!!! naum fazia idea que vc tava aki. como vc sabe, to morando em london…. tras sua noiva aqui pra gente conhecer
    beijoo lia

  4. ladrão!
    ladrãozinho!
    seu ladrão!

  5. haha, descupla, lembrei daquele episodio do Chaves lendo esse post

  6. HAHAHAHAHAHAHAHAHA

    malandragem brasilera pelo mundo…
    eu achei animal esse óculos também! mas aqui rola o cara pedindo né ¬¬

  7. hahaha tb tenho esses oculos. sai antes do filme acabar e peguei os oculos, mas a pergunta que eu te faço agora é simples. vc usa o seu oculos pra que? pq os meus eu nao uso pra nada. pra mim pelo menos, e vc me conhece, depois vi que foi desejo de me afirmar roubar esses oculos. uma besteira. mas tb que se foda. agora eu eh que fico como o tom cruise naquele filme “negocio arriscado” rs

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